Conversa com o porteiro
Um dia destes eu tava na recepçao do prédio esperando uma carona a noite e fiquei batendo papo com o porteiro. Ele tava assistindo TV, novela das oito. Perguntei pra ele qual era mesmo o nome da novela porque faz um tempao que nao vejo TV, saindo tarde assim do trabalho.
A gente começou a conversar sobre como hoje em dia as pessoas trabalham mais e, antes, ele, que é porteiro, tinha as noites de folga, mas com esta estória de todo mundo trabalhar mais, as portarias dos prédios comerciais sao sempre 24 horas e ele acaba nao tendo folga nunca, porque cada vez é um que dá plantao.
Falamos sobre as famílias de hoje que nao passam tempo juntas e aí ele me disse que a TV, que um dia foi motivo de reunir a família, hoje nao é mais uma atividade gregária, porque, na casa dele pelo menos, tem uma TV em cada quarto e cada um vê o que bem entende e, de vez em quando, nem o telefone nao atendem quando ele telefona do trabalho, ele tem que pedir ao vizinho que vá lá e diga para alguém atender...
Fiquei pensando nas diversas críticas ao relacionamento dos indivíduos com o computador e a Web e nos estereótipos dos nerds que passam o dia em chats ou em listas de mensagens sobre assuntos do tipo 'a existência da vida fora da Terra' ou 'meu relacionamento com o meu hamster'
A Web trouxe de volta o hábito de escrever e de se comunicar com mais exatidao sobre assuntos e fatos, visto que email é documento e gerou uma revoluçao na comunicaçao entre as pessoas. Além disso, os negócios mais bem sucedidos da Web estao baseados em um só conceito - comunidade. Quanto mais gente usar um certo serviço, mais gente vai precisar dele para se comunicar com os outros e mais o negócio vai crescer. Vejam o ICQ e os seguidores.
Muita gente fala da Web como a oportunidade do consumidor ser individual em suas escolhas. E que isso contribui para que cada um seja mais importante que a massa. E eu acho que se os indivíduos quisessem mesmo ser mais importantes que a massa, o McDonald's, a Levi's 501, a Coca Cola e a camiseta branca nao seriam tao bem sucedidos assim.
por fernanda romano, em 15/09, na blue bus.
::pensei em drummond... e agora, josé? a vida parou? ou foi a conexão que caiu?
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